domingo, 7 de abril de 2013

Eu sinto saudade da nossa amizade, eu sinto saudade de tudo que nós passamos. Do seu drama que se resumia em ciúmes, e de todas as nossas discussões que no final das contas acabavam em risadas. Eu ainda lembro das vezes em que você me fez rir ou até mesmo chorar. Eu ainda me lembro de nós dois juntos deitados na sua cama, sua camisa me servia de pijama. Nós ríamos sem parar, pensávamos em se casar e aquele beijo lá pra fim de julho, se fez silêncio em meio a tanto barulho. A saudade de você, dos seus beijos, do seu olhar, e daquele seu sorriso encantador que não me deixa te esquecer. É o fogo da lembrança que me aquece. Eu me lembro da primeira vez que eu te vi. Troca de olhares, aquele friozinho na barriga e cara tímida em seguida, e quem diria que o destino daria uma força pra me trazer até você, hein?! Teu charme, teu sorriso, tua voz tão constrangida ao se desculpar. Sua timidez me encanta, e eu vou te confessar que, a ânsia de esperar você ligar, me assusta. E agora vem cá e me diz, como eu faço pra acabar com essa saudade que me destrói por dentro?
Mas eu to aqui sabe? To aqui pra te consolar nos teus momentos melancólicos e te entender nos difíceis. To aqui pra ouvir seus desabafos e te dar conselhos. To aqui pra te acalmar e te fazer sorrir. To aqui pra suportar suas crises e compreender teus problemas. To aqui pra você, e acontece que você não está nem aí pra mim.
Eu te amei quando você teve suas crises de ciumes, quando você estava mal e ninguém te entendia. Eu te amei quando o mundo conspirava contra você e nada dava certo na sua vida. E quando aquela otária te deu um fora, eu estava do seu lado te consolando, te amando. Nas tuas briguinhas familiares que você sempre acabava chorando, eu tava lá enxugando tuas lágrimas. Quando você ficou bêbado e ninguém quis cuidar de você, lá estava eu de novo  te cuidando e amando. Eu amei você no natal, no ano novo, na páscoa, no seu aniversário e até no dia do índio. Eu te amei de janeiro á janeiro. Eu te amei tanto que todo mundo percebeu…menos você.
— Você sumiu.
Naquele momento eu gostaria de ter dado as respostas mais clichês - “Você me procurou?, ou, “Meu endereço é o mesmo” - Queria ter gritado a mais cruel verdade - “Me afastei pra ver se sentia minha falta” - e outras mil frases que vieram em mente. Suspirei e disse as únicas palavras que consegui:
— Você também sumiu.