terça-feira, 23 de julho de 2013

Será o início do fim?


Fiquei calada. Não gritei, não chorei, não berrei, não bati os pés, não disse absolutamente nada. Me corroeu por dentro, fez-se um nó na garganta, senti como se esse nó estivesse me sufocando. Mas ainda assim, fiquei calada, na minha, quieta. Não adianta querer falar aquilo que te machucou, se no fundo você sabe que não irá adiantar nada.
Vamos fingir que tudo está bem. Que as piadas do palhaço ainda são engraçadas e que o coração não dói. Que o ambiente reservado para fumantes não sufoca e que esperar na fila do banco não cansa. Vamos fazer parecer que nenhuma música é uma lembrança e que o cheiro não grudou na ponta do nariz. Vamos fingir que eu não o vejo em todo canto e que o meu lado da cama dele ainda espera por mim. Vamos fazer de conta que esse espaço todo não aperta e que o que sinto não é necessidade. Vamos fechar os olhos e imaginar que esse ainda não foi o inicio do fim.

Em um quarto de motel


Lembro-me dela na noite passada. Em um quarto de motel barato, enlouqueci. Ela é linda… Minha barba mal feita acariciou sua pele aveludada. Caralho, que delícia é aquela boca. Me afoguei naqueles olhos, que mais pareciam um mar. Escorreguei as mãos por aquelas curvas e, puta merda, cheguei ao apogeu da excitação quando apertei aquela bunda. Que bunda gostosa tem aquela garota. Comprimi seu corpo junto ao meu e ela sussurrou no meu ouvido: Te quero… Mais baixinho ainda: Te quero dentro de mim. Enlouqueci.