terça-feira, 27 de agosto de 2013

É hora de um novo recomeço


Ontem eu abracei alguém e por um momento senti novamente o arrepio que só o calor do teu corpo conseguia arrancar de mim. A sensação era boa, mas a lembrança era péssima. Pensar em você na maior parte dos meus inúteis segundos que logo viram minutos e se multiplicam muito rapidamente transformando-se em horas, é como estar numa divisão entre raiva, tristeza e felicidade. Raiva por ser tão fraca e não conseguir excluir você de vez da minha mente. Tristeza por ter que tentar fazer isso contra a minha vontade. E felicidade por sorrir lembrando-me das poucas coisas boas que vivemos e que eu insisto em tentar reproduzir em cada rosto, cada sorriso, cada história que eu ouço e sinto vontade de te contar, cada música que eu tento me encaixar pensando em ti e em cada tudo que me rodeia.

Mas ontem, naquele momento daquele abraço que aquele alguém me deu, eu parei no tempo e fiz questão de lembrar não só da sensação boa que sentia quando você me abraçava daquele jeito, mas também te todas as coisas ruins que você me fizera passar nos últimos meses. E então ali, naquele momento ganhei um estimulo para colocar um fim no “quem sabe” que me perseguia.  No “quase” que me torturava por me manter em cima desse muro sem coluna. No “talvez” que insistia em me dar falsas esperanças. E no “eu tentei” que me enchia de raiva por não segurar a minha onda.

Quem sabe isso é só uma fase? Eu quase liguei pra ele. Eu quase não me importo mais. Eu quase não sinto ciúmes. Eu quase nem lembro mais. Talvez ele só precise de um tempo. Talvez ele só queira que eu corra atrás. Talvez ele só queira que eu dê mais valor. Quem sabe a gente não volta? Eu quase bati na porta dele ontem. Talvez ele abrisse se eu tivesse ido. Quem sabe. Eu quase. Talvez. CHEGA! Chega desse ciclo de corridas sem sair do lugar. Chega de ilusão. Chega de sofrer em vão. Há amigos me esperando para uma noitada. Há outros homens nesse gigante que chamamos de mundo. Há mais diversão. Tem um sorriso imenso escondido aqui dentro morrendo de vontade de ser aberto. Há uma vontade gigante de querer voar sem depender de uma asa que já foi cortada há muito tempo.

E hoje quando acordei, pela primeira vez em meses não corri para o celular para checar as mensagens na esperança de algum "bom dia branquinha" dele. Acordei sem reclamar do sol que batia no meu rosto. Sem aquele fardo de tristeza que pesava sobre o meu ombro. Hoje eu sorri inúmeras vezes na mesa do café com os amigos do trabalho. O mundo gira. O tempo corre. E tudo passa. Então chegou a hora de deixar esse caminhão de dias cinza partir e dar espaço para uma Ferrari de felicidade estacionar. É hora de um novo recomeço.