sexta-feira, 12 de abril de 2013

E apesar de rir e fingir que não me importo, eu me importo sim. Tem dias que gostaria de ser diferente, mas isso é impossível. Estou presa ao caráter com qual nasci, e mesmo assim tenho certeza de que não sou má pessoa. Faço o máximo para agradar a todos, mais do que eles suspeitariam num milhão de anos.
Diário de Anne Frank.
 
 
Chega de mansinho e me sequestra de uma vez. Entra de fininho, me abraça por trás, beija meu pescoço e sussurra que sentiu saudade. Pergunte como foi o meu dia, me conte como foi o seu. Diz que tá cansado, deite no meu colo, me ajude com a janta, me beije na testa, ria no meu ouvido, arrepie meu corpo, desperte meus desejos, minha malícia, minha respiração ofegante. Apalpe minha perna, coxa, costas, braço, morda minha boca, perca sua mão no meu cabelo, diz que ama meu cheiro, respire meu perfume, sorria pra mim, me aperte contra o seu peito e faça a gente caber naquele seu sofá apertadinho que tem seu cheiro. Dorme com a boca colada na minha e diz que me ama num sussurro, diz que me ama como se fosse um segredo só nosso, um segredo que o mundo todo já sabe.
Na verdade, não sou muito bom com as palavras. Sinto-me muito tímido e nervoso. Guardo tudo para pôr no papel. Tenho certeza de que o senhor ficará desapontado comigo, mas sempre fui assim.
Charles Bukowski.