quarta-feira, 17 de julho de 2013

Do que você tem medo?



Eu poderia ter corrido naquela noite de sexta quando você me perguntou se eu estava só, ou talvez eu devesse ter falado que tinha companhia, mas eu optei pelo silêncio. Você perguntou se podia sentar-se e antes mesmo que eu pudesse responder você se sentou, pediu um copo de whisky ao garçom e ficou me olhando, eu é claro desviei meu olhar e fiquei admirando a parede a minha frente enquanto pensava. O que ele viu em mim? Sinceramente eu não conseguia achar nada em mim que poderia chamar atenção daquele belo rapaz. Talvez fosse o meu jeito meio tímido de lidar com os homens, mas eu duvido muito, ou talvez quem sabe, fosse o copo de vodka na minha mão… Eu estava realmente confusa. O que aquele rapaz lindo queria comigo? Resolvi então parar de pensar e beber, pois eu estava lá para isso, beber e esquecer todas minhas dores, aquelas que não se cura em um hospital. O rapaz ainda me olhava, fitava fixamente em meus olhos, talvez procurasse algo de bonito ali, ou então estava afim de uma transa qualquer, sinceramente era mais fácil ele estar afim de uma transa qualquer. Mas eu me surpreendi quando ele disse - “Seus olhos, eles são lindos”, eu o ignorei por alguns instantes e dei um gole no meu copo de vodka, estava paralisada, como pode ele achar meus olhos castanhos escuros lindos? Comecei a imaginar então que ele estava bêbado. Logo em seguida o rapaz me perguntou - “Do que tanto você tem medo?”, eu realmente acho que ele não queira ouvir meu discurso de uma hora e meia, então falei - “Das pessoas”, você pode achar isso depressivo, solitário, mas era exatamente como eu estava me sentindo, por alguns instantes se predominou um silêncio ensurdecedor naquele lugar. O rapaz de olhos verde claros, cabelos castanhos bagunçados, de 1,85 de altura aproximou-se um pouco de mim e falou - “Eu sei que você deve achar que sou louco, talvez eu seja, mas eu vejo um escuro nos seus olhos e não estou falando do castanho, estou falando da tristeza, mas bem lá no cantinho, quase se perdendo, vejo também um pouco de esperança”, nesse momento o rapaz segurou em minhas mãos, segurou firme e por ultimo disse “Cultive essa esperança em seus olhos”.

Nenhum comentário: